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Costa e Silva, o “paraministro” escolhido por Costa, delineou plano de 10 anos em 2 dias

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José Sena Goulão / Lusa

O economista António Costa e Silva

António Costa Silva, o presidente executivo da Partex escolhido por António Costa para o assessorar no Plano de Recuperação Económica, traçou as linhas gerais do plano de dez anos em apenas dois dias.

O primeiro-ministro convidou o gestor da petrolífera Partex António Costa e Silva para “coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica”, trabalho que deverá estar concluído até à aprovação do Orçamento Suplementar.

“O professor António Costa e Silva foi convidado pelo primeiro-ministro para coordenar a preparação do Programa de Recuperação Económica”, referiu este domingo o gabinete de António Costa, numa nota enviada à Lusa.

De acordo com a mesma nota, o convite foi aceite “como contributo cívico e ‘pro bono'” e o gestor tem estado a trabalhar nessa missão nas últimas semanas, “enquanto os membros do Governo estão concentrados, nesta fase, no Programa de Estabilização Económica e Social e no Orçamento Suplementar”.

“O objetivo é este trabalho preparatório estar concluído quando o Governo aprovar o Orçamento Suplementar”, altura em que o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, assumirá “a direção da elaboração do Programa de Recuperação”, acrescenta o gabinete de António Costa.

De acordo com o Observador, António Costa e Silva precisou apenas de dois dias para traçar as linhas gerais do plano, que será desenvolvido ao longo de dez anos.

“Não o conhecia, nem nunca tinha estado com ele. Lançou-me este desafio, de dar uma resposta à crise e desenvolver um plano para o day after”, disse o presidente executivo da Partex, referindo-se a um almoço com Costa, ainda em abril.

“A minha missão não é negociar, é fazer o plano. Quem vai fazer as escolhas e estabelecer as prioridades é o Governo”, explicou o gestor em entrevista, este domingo, à RTP.

O plano para os próximos dez anos responde também a questões atuais e tem como prioridades “salvar a economia e proteger o emprego”. Como tal, Costa e Silva quer “mais estado na economia”.

“Esta crise mostrou que o papel do Estado tem de ser revalorizado. O Estado é o último protetor de todo o tipo de ameaças”. Este tipo de intervencionismo deve acontecer também na TAP, sugere Costa e Silva. O objetivo é impedir que “empresas rentáveis se afundem e entrem em estado de coma”.

O semanário Expresso noticiou no sábado que o primeiro-ministro tinha convidado o gestor da petrolífera Partex António Costa e Silva para negociar o plano de retoma da economia com ministros, e que participaria igualmente em reuniões com parceiros sociais e partidos políticos.

“Paraministro” e “homem do petronegócio”

No sábado, o BE e o CDS-PP rejeitaram qualquer negociação com uma espécie de “paraministro”.

“O senhor primeiro-ministro é aconselhado por quem acha que pode fazer esse trabalho, é livre de o escolher. O Bloco de Esquerda, naturalmente, negoceia com membros do Governo, como fez até agora e como mandam, aliás, as regras da boa transparência da nossa democracia”, afirmou a coordenadora bloquista, Catarina Martins, salientando que “a figura de paraministro não pode existir”.

Já o CDS-PP informou que conta discutir o plano de recuperação económica do país com “Costa e Siza”, numa referência ao primeiro-ministro e ao ministro da Economia, “e não com Costa e Silva”.

“Para discutir o plano de recuperação económica do país, o CDS conta reunir-se com Costa e Siza, e não com Costa e Silva. O primeiro-ministro pode escolher com quem é que os seus ministros se aconselham, mas em matéria de governação do país o CDS deve falar com o Governo e não com quem o Governo fala”, referiu no sábado o partido, em comunicado.

No mesmo sentido, no dia seguinte, o PAN manifestou-se indisponível para debater o plano de recuperação da economia com António Costa e Silva, que descreve como “um homem do petronegócio” e que “inviabiliza” o cumprimento do programa de Governo sobre alterações climáticas.

Em comunicado, o deputado e porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza, André Silva, manifesta “absoluto espanto” por ter sabido através da comunicação social que “o Governo colocaria o plano de recuperação económica e social do país nas mãos de António Costa e Silva, um homem do petronegócio”.

Para o PAN, o gestor da empresa petrolífera Partex “tem uma já conhecida visão económica para o país assente na destruição de ecossistemas e de património natural, no desrespeito da vontade das populações e no desprezo pelos efeitos das alterações climáticas”.

ZAP // Lusa

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12 Comments

    • Qualquer bom economista tem sempre presente no seu espírito este tipo de problemas. António Costa e Silva pode ter precisado de apenas doiis dias para formular ideias que podiam já estar no seu espírito há meses ou até anos.

  1. Se já fala em “mais estado” já está devidamente doutrinado, provavelmente também demorou apenas 2 dias para se tornar num socialista convicto, afinal é um homem de negócios arguto que percebe que o dinheiro virá por aí aos trambolhões. Pro Bono my ass…

  2. Este tipo de intervencionismo deve acontecer também na TAP, sugere Costa e Silva. O objetivo é impedir que “empresas rentáveis se afundem e entrem em estado de coma”…….desde quanto é a TAP rentável??? hahahah estamos todos lixado, este vem com a cartilha estudada. e nao se percebe como com 70 gajos no maior governo de sempre, precisam de um PRIVADO para fazer o plano…70 incompetentes portanto.

  3. Ou é um grande visionário e delinea um estratégia rápida e segundo diz de borla (a CM de Gaia pagou 40.000 euros por um parecer ao marido da ministra de justiça), para 10 anos, pelo menos é algum que projeta o país a 10 anos ou o “cérebros ” do governo já estão quentes de mais e já ão conseguem pensar. Já me está a cheirar a esturro!!! Os eleitos para gerir o país devem faze-lo em prol do povo e não em prol dos amigos. A isso chamasse corrupção.

  4. Estou incrédula como escolheram este homem. É o mesmo que colocar uma raposa no galinheiro! É um perigo e vai manipular os recursos públicos em torno dos seus interesses privados. Escandaloso.

  5. ““Esta crise mostrou que o papel do Estado tem de ser revalorizado. O Estado é o último protetor de todo o tipo de ameaças”. Este tipo de intervencionismo deve acontecer também na TAP, sugere Costa e Silva. O objetivo é impedir que “empresas rentáveis se afundem e entrem em estado de coma”.”

    depois de ler este parágrafo, ficou muito claro o pq de ter sido tão rápido a delinear o tal plano.

    parece ser o mesmo de sempre, as pseudo-empresas cá do burgo vivem à custa do Estado, ou seja, de todos nós.
    quer tenham lucros, quer os seus “gestores” as destruam como na Banca, estão sempre de uma maneira ou de outra dependentes de como dizia o outro xuxa, quem não chora não mama!

    agora para além de irmos pagar a incompetência e falcatrua privada tb vamos pagar a aldrabice e falcatrua chamada covid-19(84) e claro está patrocinada em toda a linha pela cambada da AR, PR, os presstitutes dos MSM, já para não falar da fantoche da DGS.

    recomenda-se que procurem pelo que se passa na Dinamarca e na Alemnha onde têm sido trazidos a público documentos oficiais que demonstram o circo que a “pandemia” é.

  6. Mais Estado do que aquele que existe? Que vai ser alimentado à custa dos impostos e das pensões dos reformados?
    É criminoso hipotecar gerações futuras por preconceitos ideológicos embora me faça rir esta “estatização” quando estamos em 2020, ou seja 103 depois da Revolução de Outubro.

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